23 de julho de 2010

Desengasgada


Qual foi esse sentimento que passou por mim hoje, com essa conversa que tive?
Não sei dizer. E essa é a resposta que tenho para muitas perguntas. É difícil lembrar-se de como eu era há dois anos, ou menos, há um ano e pouquinho atrás. Tanta coisa muda tão de repente, a gente cresce, amadurece, vive.
Eu não sei quantas noites, quantos dias, quantas horas, quantos minutos e segundos que já passei pensando sempre na mesma coisa, e eu sempre chego à conclusão que, não há conclusão nenhuma e esse é o “KABOOM” do problema.
Em uma conversa hoje, pontas de dúvidas, incertezas e insegurança ressurgiram ainda mais fortes. Não sei o que se passa comigo, não consigo, definitivamente, eu não consigo explicar o que se passa comigo, em relação a esse fato.
Parece bobagem, criancice, coisa de quem gosta de ficar remoendo passado, mas não é, é alguma coisa muito além disso, é alguma coisa grande, que não cabe dentro de mim.
Eu não tenho respostas. Eu paro, penso, penso, penso e nada sai, absolutamente nada. É como se faltasse um final, um simples ponto final, pelo menos para mim.
Desde que somos crianças sabemos que tudo tem um final e que todo final termina bem (pelo menos foi o que aprendi), se não terminou bem é porque alguma coisa ainda falta pra esse final chegar, alguma vírgula, alguma reticência, alguma palavra, qualquer coisa, mas se o final não é bom, não termina. O ponto final ainda não chegou. Eu só não consigo saber como por um ponto final na minha história, não de vida, mas uma parte dela que precisa ser encerrada.
Preciso de respostas, preciso me entender.
Não dá, como depois de tanto tempo, coisas simplesmente voltam, com um simples olhar, com um simples aperto de mão, um abraço, um simples “olá” ? Tremores, sudorese. Como uma coisa dessa pode ser boa? não, não é. Pode ter sido, mas não é mais.
Gostaria que tivesse uma fórmula simples, rápida e indolor de tirar qualquer que seja o sentimento que eu tenha, de dentro de mim com um mísero gole, uma mísera gota.
Não é possível que só pra mim isso vá perdurar por muito mais tempo!
Sabe aquele filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain? O filme mostra exatamente o processo de um sentimento lindo e feio, ao mesmo tempo, desde as primeiras emoções sentidas, ainda desconhecidas, que se confundem com curiosidade, interesse, amizade, mistério e que dalí pra frente se tornarão uma emoção bem maior. A primeira decepção, as primeiras lembranças, as incertezas, a dor... é, a dor.
Não sei quanto tempo isso vai continuar dentro de mim, eu não quero mais, foi bom, mas passou, já foi. Não dá pra continuar sozinha, não dá.
As coisas começam a se encaixar... talvez seja por isso que minha vida tenha virado do avesso e tudo que envolva esse nome dê errado, ta faltando alguma coisa aí. O que é preciso pra que o trem volte a andar pelos trilhos? Talvez seja por isso que todas as tentativas posteriores foram fiascos, era só confusão.
Minha cabeça não consegue focar numa só coisa, não consegue, ela sempre fica confusa, uma hora quer isso, outra aquilo, uma hora pensa uma coisa, outra hora pensa outra coisa completamente contrária.
Talvez a falta de atenção que eu tanto reclamo, tenha sido porque recebi demais de uma vez só, talvez tenha sido pela intensidade que me sinta tão sozinha, mesmo não estando. Talvez seja por isso que tudo aconteça assim, do jeito que é hoje. Talvez não, é por isso. Só pode ser!
Eu acredito sim, que nada é por acaso. Nada acontece na vida que não seja por um propósito, seja lá no que você acredita, mas aquilo está ali por algum motivo. Nós não fazemos nada que não sirva de lição, aprendizado.
Parece tudo tão confuso, não é? Não parece, tudo é muito confuso. Eu preciso de respostas, de pontos finais. E sei que só eu, por mim mesma, conseguirei isso, de alguma maneira.
Minhas dúvidas, incertezas, inseguranças, vão ter uma resposta e vão ter um fim, algum dia. Quem sabe?
É, explodi. Desengasguei.

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