20 de julho de 2010

Genérico





Nós adoramos julgar as pessoas não é? Parece um parque de diversão você sentar no seu mundinho e apontar os defeitos de cada um, julgar a atitude dos outros, julgar só pela forma de andar, sem nem mesmo conhecer ou no mínimo fazer um esforço para tentar compreender que pessoas são diferentes. Nós não vivemos no mundo rosa da Barbie, onde tudo é perfeito e tem as mesmas formas.

Mas que se foda, ninguém deve satisfação a ninguém contando que não seja a si próprio! Olhemos primeiro no espelho e pensemos nas nossas atitudes, antes de fazer qualquer comentário desnecessário e inútil sobre a vida alheia.

Nenhum de nós é perfeito, absolutamente ninguém. Se conheceres por favor me apresenta essa revelação divina.

E apesar disso, tentamos seguir padrões, que por trás de toda a maquiagem, mostram uma sociedade suja e feita de pura cópia pirata.

Minha cidade é um puro exemplo disso. Todos se sentem na obrigação de viver na aparência "porque eu compro isso e tenho aquilo". Que cabeça de merda é essa que pensa que viver de aparência tem algum valor nessa porra de sociedade desmoralizada?

Opa, a errada aqui sou eu. Só tem valor aqui quem tem dinheiro e quem pode tudo.

Prefiro eu, viver na minha vidinha simples, degustando o sabor das pequenas coisas, podendo deitar a cabeça no travesseiro em paz, sem me preocupar em como vou por comida na mesa, por que gastei além do que posso em compras de roupas de grife. Prefiro eu, não ter dinheiro e mostrar isso para todo mundo, do que fingir ser uma coisa que não sou, só pra ser aceita por essa sociedade. Prefiro eu, subir na vida por mérito próprio do que me agarrar na barra da saia de minha mãe, por que quando vencer terei orgulho dos meus feitos.

Qual a graça de ser cópia de uma outra pessoa? Se espelhar é uma coisa, ser cópia é bem diferente.

Nós já somos tão banais manipulados pelos grandes, por que querer ser cópia? Mesmo cabelo, mesma roupa, mesma cabeça, mesmas falas, mesmice, mesmice, mesmice...meros bonecos de plástico que não pensam. Isso é tão pequeno em um mundo tão grande, com tanta coisa.

Por que insistir em ser igual? Eu custo em entender isso. Não se tem mais personalidade nos dias de hoje? Parece que não.Sociedade binária: ou você é isso ou você é aquilo, ou você segue isso ou aquilo, ou você pensa isso ou aquilo.

Uma vez conversando em uma roda de amigos, me peguei observando o ambiente e as pessoas que ali estavam e acabei comentando com um amigo que me sentia a bruxa do conto de fadas. Era tudo tão igual, tudo tão metricamente igual: as pessoas, os gestos, os sorrisos, as conversas; ele olhou pra mim e disse "é tudo tão bonito quando você vê pela primeira vez, chama atenção. Mas senta pra conversar com eles e vê se sai alguma coisa dalí". Mas é mesmo, é tudo tão igual. Fazer um elogio a uma só pessoa, equivale para todas.

Me disseram um certo dia, que eu era tão fútil e tão influencíavel, hoje eu olho pra essa pessoa e tenho vontade de rir, achava tanto que era acima dos outros que ficou exatamente igual a todos.

É por isso que meu vô sempre fala: “esses filmes piratas... na primeira, segunda e terceira vez são ótimos de assistir, mas parece que a validade e o conteúdo vai se perdendo, diminuem e de repente somem. Cadê? É o mesmo que acontece com as pessoas, Isa Karen.”

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